sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

O VÍRUS E O VERME

O mundo tem o vírus; o Brasil tem o vírus e o Verme. Poucos sabem, mas “coronavírus” virou apelido do vírus da ‘covid’ pelo fato de ele possuir uma coroa.

 

Diferentemente do que faz a imprensa, grafei ‘covid’ com inicial minúscula porque é assim que deve ser escrito. Explico. Não se escreve ‘gripe’, ‘tuberculose’, ‘câncer’ e outras moléstias com inicial maiúscula. Então por que escrever ‘covid’ de outra forma?... Mesmo ela não sendo uma ‘gripezinha’ como disse o Verme... opa! Aqui tem um detalhe. Esse “verme”, que não é um vermezinho qualquer, já deve ser grafado com inicial maiúscula. Pelo menos é o que recomenda a boa gramática. Então eu, por respeito ao ‘cara’ e por elegância de estilo, escreverei sempre ‘Verme’ com inicial maiúscula. Em síntese, nomes de pessoas, que são nomes próprios, devem ser escritos sempre com inicial maiúscula – ainda que não mereçam.

 

O vírus tem feito a ceifa no Brasil. Já são mais de 208 mil óbitos pelas contas oficiais; extraoficialmente, esse número pode ser multiplicado por cinco, segundo alguns especialistas. Portanto, as vítimas fatais da covid no Brasil poderão estar na casa dos sete dígitos (1.000.000). Além dessas há um sem-número de mortes, não por covid, mas em razão dela pela falta de atendimento no sistema hospitalar colapsado. No mundo já são contabilizados dois milhões de mortes por covid. O Brasil, que tem menos de três por cento da população mundial, já conta com mais de 10 por cento das mortes por covid no planeta. Há aí uma triste desproporção.

 

Não se sabe o que fazem os milhares de militares que lotam os escalões do governo federal, quando não há sequer oxigênio nos hospitais.  A situação é gravíssima em Manaus onde havia cerca de 35 sepultamentos diários antes da pandemia, e esse número já chegou a 198 nesta semana. O oxigênio que faltou aos pacientes poderia ser adquirido na vizinha Venezuela, mas o Verme não aceitou. Ele está “de mal” com o governo venezuelano por razões bastante infantis. Antes, quando candidato, prometeu invadir a Venezuela – como uma criança pularia o muro do vizinho para roubar laranjas. Mas algum militar com cérebro – e existe alguém pensante nas forças armadas, acredite – disse ao Verme que, se invadisse a Venezuela, teria que enfrentar russos e chineses. Isso foi o suficiente para o energúmeno se aquietar, mas ficou de “cara virada” com o vizinho.

 

Mas o Verme continua firme. Com sua campanha antivacina, antimáscara, antilockdown e, pior, com apoio da população, poderá se reeleger. Segundo pesquisa publicada hoje, o ‘desmascarado’ tem robustos 37% de ótimo ou bom.

 

Que Deus tenha misericórdia, porque aqui o problema não é ‘uma pessoa’, mas uma ‘legião’.

 

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