A renúncia do Papa Bento XVI, que a todos
surpreendeu, foi assunto em todas as mídias. Muito espaço foi ocupado
principalmente pelos desafetos da Igreja. À exaustão se especula a respeito das razões de
tal decisão: sabotagem, bancarrota, pedofilia, covardia etc. Aos jornalistas
cabe esse papel especulativo, bem sabemos, pois conjecturas fazem parte de seu
ofício. Principalmente quando lhes faltam meios ou competência para investigar
e elucidar questões obscuras. Mas, qual é a contrapartida dos líderes da Igreja
a esses ataques? O silêncio nem sempre é a melhor resposta.
Qualquer observador isento desconfia da
ostentação presente na Igreja ao longo dos séculos. Todos os vícios da nobreza
parecem ter sido assimilados pelo clero. O papa pode ser visto como um monarca
e os bispos como seus príncipes herdeiros. Todos, porém, cercados de um séquito
de fieis servidores. Aí, sim, estaria o tão propalado medievalismo da Igreja
Católica. Para ficar num só exemplo, é comum, numa celebração mais solene, o
pastor ser assistido por dois ou três daqueles “servos”. Um lhe segura o
microfone, outro o livro, e ainda um terceiro fica à disposição para eventuais
e principescas necessidades. E o pastor,
fica sem saber o que fazer com as mãos... Talvez seja necessário voltar ao
passado, às comunidades primevas do cristianismo, para aprender com os
apóstolos - os pioneiros de nossa Grei.
Mas a imprensa pagã não está preocupada em
melhorar a Igreja, apontando-lhe as falhas. Ataca-a no que ela tem de mais
nobre: a preservação da vida. O nosso Pontífice tem sido ferrenhamente
combatido por não condescender com o aborto. A ele, também, têm sido atribuídos todos os
flagelos da humanidade, particularmente a propagação da AIDS. Subentende-se
que, por obediência ao papa, os promíscuos recusam-se a usar preservativos.
Para nós católicos, é importante a
contribuição da imprensa. Que ela continue cobrando transparência na
administração da Igreja, exigindo-lhe coerência etc. Mas, não lhe custa apontar
os seus méritos. Quantas casas de caridade acolhendo (não recolhendo) crianças
e jovens desamparados!... Um trabalho silencioso e profícuo que é realizado no
seio da Igreja por pessoas abnegadas: leigos, freiras e sacerdotes. E as pastorais?... A contribuição da Igreja
Católica à sociedade é de extrema e inegável importância.
Nossa juventude, que neste ano é contemplada
pela Campanha da Fraternidade e anfitriã de sua Jornada Mundial, quer
esclarecimentos. Espera-se de nossa liderança local um gesto generoso, um
verdadeiro brado, em defesa de Bento XVI. O papa, que tanto se empenhou por tal
acontecimento, parece estar abandonado.
FILIPE
FILIPE
Este artigo foi publicado no jornal A TRIBUNA de Amparo, edição de hoje.
P.S.: O blogdofilipemoura ainda respira. Estou tentando postar nele também. Simples: na falta de um, temos dois blogs.