Numa ilha inóspita, a muitas
milhas da civilização, há uma escola em que...
Teve aluna mandando o professor
tnc; mas teve professor que não foi tnc, e fez queixa policial da aluna que o
mandou tnc.
Teve professor vociferando e apontando
covardemente o dedo para uma colega; e teve professor devidamente enquadrado
por ‘grunhir’ covarde e ferozmente com a colega.
Teve professor exigindo decência
de quem lhe apontaria o dedo; e teve professor comportando-se “civilizadamente”
após reprimenda de quem não aceitou o ‘dedo apontado’.
Teve aluno agredindo verbal e
fisicamente o colega de classe; e teve aluno agredindo física e verbalmente uma
funcionária da escola.
Teve pai de aluno ameaçando veladamente
um professor durante reunião; mas teve alguém pedindo explicação ao homem que
ameaçava veladamente o professor.
Teve pai de aluno ameaçando
agredir professor com barra de ferro; e teve pai dizendo não se tratar de
ameaça, mas de conversa “amistosa”.
Teve professor sugerindo em redes
sociais malversação de dinheiro público por colegas; e teve professor exigindo
a explicitação da acusação de desvio de verbas.
Teve professor apagando das redes
sociais calúnia contra colegas; mas teve professor bloqueado em rede social por
confrontar colega caluniador.
Teve professor que não deu aulas;
teve professor que fingiu dar aulas; mas teve professores que deram aulas; e
teve promoção de quem que não “professou” a profissão de professor.
Teve aluno que fingiu participar
das aulas e foi aprovado; teve aluno que não assistiu às aulas, não fez provas e
não foi reprovado; mas teve alunos que foram merecidamente aprovados.
Noutra ilha ainda mais distante da
civilização...
Teve diretora trancafiando alunos
e professores com cadeado; teve aluna grávida, passando mal por não ter acesso
ao banheiro; e não teve ninguém capaz de derrubar a infame ‘tirana’ e sua “bastilha”.
Nessas duas “ilhas” teve de tudo
neste ano: teve traições aos borbotões; também teve lealdade em pequenas
proporções.
Teve pequenas alegrias em diminutas
gotas; e teve uma torrente cristalina de felicidade formada pelas gotículas de
alegria.
Para o ano que se avizinha...
Há um imenso deserto a ser
atravessado; há incontáveis batalhas a serem travadas; e há de haver sucessos, ainda
que intercalados de fracassos.
Com destemor e sem rancor – a passos
firmes e decididos, sem que a vida “murche’ – os ilhéus vamos marchando. Pois
disse Guimarães Rosa, o poeta das ‘sertanejas veredas’, que “a vida quer é
coragem”!
FILIPE