Estava com um texto pela metade e
sem meios de continuar. Minha mente travou e a preguiçosa imaginação parecia
ter entrado em estado de dormência. Quando decidi continuar e voltei ao
computador, quem resolveu travar foi o dito cujo. O notebook implorava por
atualizações há tempos, mas eu sempre adiava. Quando cedi aos seus reclamos,
talvez por pirraça, o danado engasgou de vez com a mensagem: ”Instalando
atualização 7 de 13”. Dali ele não saiu mais e continua abobalhado desde a
tarde de ontem. Fazer o quê?...
Agora, com o computador da ‘patroa’,
que não domino a contento, tento rabiscar alguma coisa, mas está difícil. Talvez
a culpa seja do calor, da insistente seca que nos aflige e não minha. Porque sempre
é bom encontrar algo ou alguém a quem culpar pelos nossos insucessos e
frustrações. E como isso conforta!... Ah, mas tem a estiagem... Como é triste a
estiagem! Com o estio, tudo fica mais complicado se ele vem acompanhado de
calor e ‘ar seco’... Mas nós merecemos sofrer essas agruras atmosféricas, a
ausência de chuvas e fresquidão. Como desmatamos... meu Deus! Nos quintais de antigamente
havia pomares, que inspiravam os poetas; havia praças arborizadas, que
inspiravam os poetas; havia também matas e moitas de bambu... para os poetas. Já
não se veem mais matas, nem as moitas, nem os pássaros, nem os poetas. E eu aqui tentando poetar...
Na postagem de hoje tentei, sem
sucesso, inserir um vídeo. Tencionava ‘enrolar’ o raríssimo leitor. “Quem sabe
ele se entretenha com as imagens e não se dê conta da minha ‘desinspiração’?...”, pensei. Mas a
plataforma rejeitou meu subterfúgio e o jeito foi dedilhar nesse irreverente
teclado. Há uma tecla que não funciona e isso me faz apagar e reescrever
frequentemente determinadas palavras.
Assunto não me falta, mas não
consigo abordá-lo de forma leve, suave, como fazem uns poucos que leio com
relativa frequência. Mas tenho observado que até esses literatos não
impressionam com seus belos escritos. Quando os reproduzo na minha página, não
há a mínima repercussão. Se nem eles conseguem atrair os olhos cada vez mais
exigentes (ou preguiçosos) dos ‘feiceleitores’,
imagina um sujeitinho de escassas letras e fraco no estilo, como este
rabiscador. Seria muita pretensão minha, não?...
No meu quintal há uma já famosa
aceroleira. Ela não garante chuvas para este verão que se aproxima seco nem
para os verões que virão. Mas nela há muitos pássaros, que me ajudam a rezar
todas as manhãs. E tem lá pombinhas silvestres nidificando! De vez em quando
isso acontece para minha grande alegria e maior preocupação. É que o Tiziu cismou
de querer variar sua refeição e fica à espreita dos filhotes que, segundo ele, “têm
carne macia e sem anabolizantes”. Mas eu ponho um “funil” no focinho do Tiziu e
preservo os filhotes de suas mandíbulas. A Pituka e o Tokinho que se cuidem, senão
ficarão todos adornados com um “funil” como aquele do Tiziu, porque as minhas “meninas”
terão que ficar a salvo dessas rapinagens.
FILIPE
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