sexta-feira, 11 de julho de 2014

ALGOZES RUBRO-NEGROS


          Não, solitário leitor, não quero fazer nenhum “panegírico” aos flamenguistas (usando a possível expressão de um irmão erudito). Neste momento, continuo catatônico devido ao “mineirazo” e, talvez por isso, melhor seria que não me levasse a sério – alguém me leva a sério?...

          O jogo que se anunciava para aquela agora tristemente inesquecível tarde no Mineirão enchia-me de júbilo. Como a Alemanha envergaria o uniforme rubro-negro, numa patética homenagem ao Clube da Gávea, pensei: “Se os alemães são Flamengo, os canarinhos são Vasco da Gama. E ponto final. Vamos massacrar a mulambada!”

          Confesso ao inexistente leitor, que evito assistir aos jogos do Vasco. Meu time é bom, ganha sempre, principalmente do Flamengo, mas fico inseguro, entende?... Porém, com a Seleção representando o Vascão, por que não acreditar?

          Posicionei-me no sofá da sala com os olhos fixos na tela da Band, pois não suporto a locução rouca de certo Garvão, e muito menos sua emissora. Na Bandeirantes, o problema são as abobrinhas proferidas pelo Neto, mas pra que exigir perfeição? O importante seria mesmo a derrota dos rubro-negros, e isso prenunciava certeiro.

          Tem início a partida e os “cruz-maltinos” chegam com perigo à área “rubro-negra”. Começou bem, é só botar fé que vai ser de goleada! Mas, de repente, há um escanteio e os “flamenguistas” fazem seu golzinho. Não, isso é apenas um acidente, ponderei. Passados mais alguns segundinhos, outro gol “mulambo”! Essa coisa não tá prestando, pensei já bastante chateado. Levantei-me e ia saindo para “tomar um ar”, quando: “Goooool!” Voltei tropeçando em tudo: tapete, mesinha etc. “Enfim, diminuiu!”.  Que nada, os teutônicos ampliavam o placar. Corri, ou quase, porque minhas pernas tremiam e eu tremia sobre elas. Talvez fosse o frio, pois este inverno está de lascar!  Pensei: “Vou dar o fora daqui. Nós, com esse futebolzinho... Parece que a Alemanha vai vencer e eu não quero perder tempo vendo o Brasil ser derrotado". Procurei meu chimarrão e... “Goooool! Da Alemaaaaanha!!!!” Peguei com pressa a chaleira no fogão,  a água ainda meio fria  para o mate. “Não aguento mais ficar aqui. Como joga mal este Brasil!” Peguei a cuia rápido, caiu um pouco de erva no chão (depois eu limpo), peguei a garrafa e a enchi com aquela água apenas morna e fui saindo em direção ao rancho. "Gooooool! É da Alemaaaaaanha!!!!!!"

          Contou os gols? Não sou bom em aritmética, mas parece que aí em cima já são cinco bolas na rede. Quer conferir?... Tudo isso em menos de 30 minutos! Então, sumi da sala, da cozinha, da casa..., cada vez mais apressado e temendo o pior, que veio febrilmente. Foram apenas sete. Teriam sido mais, acredito, caso não fosse um molequinho. Com a camisa da Seleção e celular à mão, ele ligou para seu pai e, aos prantos, implorou: “Pai, fala pra eles pararem de fazer gol... Fala, pai!" Acho que o velho atendeu o pedido e decretou o fim do massacre.

           Ainda bem que foi a Seleção..., pensei entre triste e aliviado. Mas esta Copa não havia sido comprada pelo Brasil?...

FILIPE

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