Publicado
no jornal “A Tribuna” de Amparo, edição de hoje.
“Tudo é graça, mas nem tudo é de graça”, com essa frase, Frei João costuma pontuar suas ricas homilias proferidas na Igreja Matriz de S. Benedito, em Amparo. Profético, sua mensagem soa como um segundo lema para a Campanha da Fraternidade deste ano. Deus nos deu de graça esta Casa, mas é nossa responsabilidade preservá-la para que todos possamos viver dignamente, ensina. Com isso, ele também nos exorta para o compromisso de cristãos: assumir a tarefa de cuidar bem uns dos outros nesta vida terrena e seremos recompensados com a prometida Vida Eterna.
“Tudo é graça, mas nem tudo é de graça”, com essa frase, Frei João costuma pontuar suas ricas homilias proferidas na Igreja Matriz de S. Benedito, em Amparo. Profético, sua mensagem soa como um segundo lema para a Campanha da Fraternidade deste ano. Deus nos deu de graça esta Casa, mas é nossa responsabilidade preservá-la para que todos possamos viver dignamente, ensina. Com isso, ele também nos exorta para o compromisso de cristãos: assumir a tarefa de cuidar bem uns dos outros nesta vida terrena e seremos recompensados com a prometida Vida Eterna.
Mas Frei João está de saída. Quis a Providência que fosse transferido
a fim de levar sua mensagem a outras gentes, que se encontram famintas e
sedentas da Palavra de Deus. Com certeza, ele nos fará falta. Mas, com mais
certeza ainda, aqueles se alegrarão com sua chegada.
A Igreja não pode ser
estática, mas dinâmica – como dinâmica é a Criação. Foi a partir do movimento,
que se criaram as estrelas, os planetas e a vida – o primeiro motor. Também é
preciso revolver o solo, que é a nossa Igreja, para que se semeie e a semente
germine. Assim, a planta cresce, floresce e frutifica. E revolver o solo é
feri-lo, é romper a sua estática para que ele se torne mais fértil.
Mover-se, sair da zona de conforto; deixar a praia, lançar-se
ao mar; avançar para as águas mais profundas, enfrentar os riscos da empreitada...
Isso requer coragem, e coragem não falta a um franciscano da estirpe de Frei
João. Laborioso, sempre participou do trabalho duro na montagem e desmontagem de
barracas da quermesse, carregando pesadas barras de ferro e muitas vezes
embaixo de chuva. Solidário, nunca se negou a visitar um doente, levando-lhe os
Santos Óleos ou uma palavra de conforto. Evangelizador, sempre enfatiza a
Doutrina Social da Igreja em suas prédicas, numa árdua defesa dos empobrecidos.
Na Igreja, somos todos semeadores e a semente é a Palavra,
que deve produzir frutos de fé, de esperança e de caridade. O Frei João, como
portador da boa semente, cultivará outros campos, enquanto devemos cuidar deste
‘roçado’ deixado por ele.
Foram quinze anos de intenso trabalho como pároco na
comunidade de São Benedito, onde pôs em prática a recomendação do Papa
Francisco: ‘Sair da sacristia e sujar os
pés com barro para levar a Palavra ao povo’. Em tempos de “pés limpos e almas
sujas”, há que se louvar a atitude de quem não se furta a “sujar os pés para
lavar as almas”.
Obrigado por tudo, Frei João. Peço a Deus que continue
abençoando seu trabalho e cubra de êxito sua nova missão. Como o senhor sempre
nos diz alto e bom som ao final de cada celebração: Paz e Bem!
FILIPE
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