sexta-feira, 11 de setembro de 2020

POR QUÊ?

Eu assisto a jornais, mas não deveria. A cada notícia, um arrepio de tristeza, indignação ou não sei o quê, apossa-se de mim, e corpo e espírito são aterrados. Então eu deveria me alienar de tudo, ir morar no mato, mas o mato está ficando perigoso também. As matas estão sendo incendiadas.

 

É fogo na Amazônia, no Pantanal, no Cerrado e na Caatinga. E tem o fogo das armas de fogo também. Mãos assassinas de grileiros, garimpeiros, madeireiros, milicianos. E as milícias são custeadas pelo Estado com altos salários para que nos oprimam mais eficazmente.

 

Nosso país nunca foi tão pisoteado por um governante, mas o povo, manso rebanho, está sempre se curvando àquela “coisa inominável”. A cada investida contra opositores, sobretudo jornalistas, a popularidade do “tranca-rua” sobe consideravelmente.

 

Alguém, qualquer um, que se recusa a usar focinheira e cospe “corona” no rosto das pessoas, deveria ser repudiado. Eu escrevi ‘focinheira’? Ah, não. Eu queria escrever ‘máscara’, pois o sujeito em questão é um desmascarado. Por isso é impossível acreditar no que vejo todos os dias. Gente humilde, trabalhadora e honesta, acreditando que o “bozo” trabalha pelo Brasil. A ingenuidade dessas pessoas é tão grande, que chega a escorrer pelas têmporas feito suor.

 

Aquele homem chegou ao Poder para subverter a ordem e impor o caos. Quanto mais caos, maior a sua popularidade, e é exatamente isso que me deixa perplexo. Ele atenta contra a ciência, a arte e o ensino. E com sanha maligna, facilita o acesso a armas e munições, levando a população à uma paranoia bélica como nunca visto. Com essa “coisa”, leis são flexibilizadas ou anuladas via decreto sem que os outros poderes intervenham.  E, pior, sem que o Ministério Público denuncie o malfeitor.

 

Mandados de buscas e apreensões são rotineiramente expedidos, mas contra desafetos do Planalto. Contra os ‘’bozos’’ das rachadinhas e rachadões, nada! Esses são intocáveis. Contra eles não há ação de policiais federais, de promotores e muito menos de juízes.  Espero que militares honrados, não milicos, percebam que no chefe não se confia, e se mexam.

 

Diariamente, com essa pandemia ainda se contam mortes às centenas, e os contaminados são muitos milhares. Mas outra pandemia já nos acomete: o desemprego e a carestia. O Brasil do agronegócio, que dizem ser o celeiro do mundo, não garante arroz e feijão na panela do povo a preço justo, e grande contingente de pessoas está desempregada, sobrevivendo com auxílio emergencial.

 

Ano que vem tudo muda e penso que deve haver efervescência social. Mas antes da fervura que se avizinha, fica uma pergunta: por que pessoas boas podem gostar de gente tão má?...

 

FILIPE

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