sexta-feira, 20 de setembro de 2013

QUERMESSES ETÍLICAS



Por diversas vezes este jornal publicou textos de opinião lamentando a venda de álcool nas quermesses. São louváveis as razões desse descontentamento; o que não é tão sublime são as razões que levam uma comunidade cristã a atentar contra a saúde de seu povo, vendendo bebidas alcoólicas em suas festas.
Sabe-se que algumas comunidades já não vendem cervejas em suas quermesses. O pároco, auxiliado por uma equipe formada por festeiros igualmente responsáveis, baniu a venda de álcool demonstrando zelo por seu rebanho e coerência com a Palavra proclamada.
Mas na Paróquia de N. S. do Amparo, o coração da Diocese, ainda se comercializa cerveja e chope em seus festejos. A paróquia-mãe, aquela que deveria ser um modelo para as demais dando seu profético exemplo de conduta, insiste com esse vil comércio, como se verificou na recente Festa da Padroeira.
O álcool, bem sabemos, é um verdadeiro flagelo social  e fator de desagregação de inúmeras famílias. Por isso, seu consumo jamais poderia ser estimulado, nem tampouco tolerado em quermesses.
Que o nosso bispo D. Pedro Carlos Cipolini, usando das prerrogativas que sua cátedra lhe confere, não permita mais a paganização de nossas festas religiosas e decrete o definitivo fim do comércio de bebidas alcoólicas no âmbito de nossa diocese. Saiba o bondoso bispo que os recursos advindos desses “ilícitos” não nos farão falta, pois a nossa Padroeira, que a todos ampara e protege, jamais nos abandonará.
..............................................................................................................................
O texto acima está no jornal “A Tribuna” de Amparo em edição de hoje. Esta já é a terceira publicação que faço sobre o assunto. Comecei com “Quermesse com cerveja”, depois “Quermesse sem cerveja” e agora “Quermesse etílica”. Espero não haver necessidade de novo texto, pois meu vocabulário já se esgotou. Também não consigo entender como alguns líderes de nossa igreja podem ser tão incoerentes, tão hipócritas. O Papa Francisco, que esteve recentemente no Brasil, reivindica uma Igreja pobre, para os pobres, totalmente desapegada de bens materiais, como Deus quer.
Nossa paróquia tentou pôr fim à venda de álcool começando pelas festas de maio. As festas de setembro também começaram “abstêmias”. Mas, já no segundo dia, houve chiadeira. Certos indivíduos fizeram tanta pressão, que um  reluzente “caminhão-tanque” estacionou-se na praça, defronte à  porta da catedral. Aquela choperia, tal como um imponente “altar a Dionísio”, fez a festa e a fortuna dos ímpios em nossa quermesse.
FILIPE

Nenhum comentário:

Postar um comentário