O título é
banal, como banal é o cronista e seus escritos. Mas, após uma conversa com um
amigo, não poderia deixar escapar a oportunidade de prestar um tributo à
bananeira.
Não muito antigamente,
qualquer casinha rural tinha um quintal onde se viam algumas árvores e uma
pequena e providencial moita de bananeiras. Além de sombra e frutos, a
bananeira oferecia confortável privacidade ao camponês em horas apertadas, ou
seja, quando ele precisava “amarrar o gato” – espero fazer-me entender sem mais
explicações. Não gostaria de entrar em detalhes da vida campesina, mas o
citadino leitor não pode ficar desinformado e saberá o quão importante fora
aquele matinho para a população rural do passado.
Por outra
razão, de uns tempos para cá cismei de querer plantar bananeiras. Banheiro não
me tem faltado – para as minhas necessidades, o que tenho dá com sobra. O que
não me sobra é tempo de vida para ver crescer uma mangueira, abacateiro ou
outra árvore frutífera de caule lenhoso. Algumas dessas costumam levar décadas
para que se tornem adultas “de respeito”. Já uma bananeira cresce rápido.
Planta-se hoje e com poucos meses já está parindo um lindo coração, que nasce
roxo e se arregala mostrando suas infrutescências, culminando em cobiçado cacho
de bananas. E que mais tarde se tornam amarelas que nem gema d’ovo, e tão doces
feito melado de rapadura. Nem precisa envelhecer para ver crescer e frutificar
um pé de banana, pois é tudo muito rápido. Que maravilha!
Nesses tempos
de racionamento, de torneiras secas, seria oportuna uma campanha institucional
em todas as mídias sobre plantação de bananeiras. Nos tempos antigos da roça,
sem banheiro, nenhuma gota d’água era desperdiçada com a descarga do monturo. A
coisa ficava ali, embaixo das bananeiras, até que uma galinha, em seu rotineiro
passeio e sem muito que fazer, dava de encontro com o banquete. Por vezes, era
o porquinho que chegava expulsando a penosa e papando tudo em duas ou três
bocadas, dependendo, é claro, da fartura. E, numa piscadela, tudo ficava
limpinho e pronto para o próximo da fila.
Quando falo da
serventia de uma bananeira, não brinco. Falo sério, e D. Pedro I, aquele que
nos deu a Independência, não me desautorizaria. Por ocasião do famoso “Grito”,
contam os historiadores, o Imperador estava mal das tripas. De vez em quando
parava a tropa, e seus auxiliares formavam uma parede humana no seu entorno para
escondê-lo durante o serviço. Também Stalin, o todo-poderoso líder russo,
passou por apertos e usou de expediente semelhante ao do português Pedrinho.
Caso houvesse bananeiras por perto...
Um amigo,
durante caminhada pela cidade, viu-se em apuros. Apressou o passo para chegar à
sua casa, mas a coisa só piorava e o jeito foi entrar num boteco. Chegando, foi
direto ao banheiro, mas aquilo era só mictório. Não havendo vaso sanitário,
olhou para os lados, e nada. Já “em chamas”, viu num canto um balde com um
pouco de água e um pano, que a faxineira teria deixado ali para depois terminar
a limpeza. Beleza! Foi no balde mesmo. Ele não me contou, mas acho que o pano
também lhe serviu. Embora aliviado, saiu de fininho e vazou ligeiro, pois a
mulher o aguardava impaciente, querendo terminar o serviço.
Não disse que
uma bananeira faz falta?!
FILIPE
Filipe, já faz dias que li sua ode, que mais poderia ser um panegírico!
ResponderExcluirFenomenal
Melhor e agradavelmente hilariante o desfecho da história do vaso improvisado no boteco!
Será que o autor da comédia não é o mesmo da tragédia!
Partilhei o texto com vários freis
Continue que vc ainda vai dar bão.
Não Frei, não é o mesmo.
ExcluirAinda que fosse, eu negaria.
kkkkkkkkkkkk então Felipe acho mesmo que a bananeira faz falta mesmo kkkkkkkk que tragédiakkkkkkkk coitada da faxineira kkkkkkkkkkkkkkk
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