sábado, 28 de janeiro de 2023

SOCORRO!

 


É manhã de sábado. Lá fora há um sol de verão num céu seminu, quase sem nuvens; no rádio, um programa especial com Nora Ney, que neste momento canta ‘Ronda’ – canção de Paulo Vanzolini, composta em 1953; ao meu lado e embaixo da mesa, a Pituka, que dorme, sonha e ronca; no computador, este cata-milho tenta escrever algo para atualizar o blog.

Paro de dedilhar e pego o chimarrão. A cada gole de mate, um pensamento vem e se perde. O texto não tem rumo. A Pituka desistiu de mim e se foi para o portão. Seu passatempo é xingar a vizinhança, particularmente um “molequinho” que mora ao lado e de vez em quando a provoca. O sonho da Pituka é travar refrega com todos os canídeos que passam na rua, e eles são muitos!

Neste momento, um estridente bem-te-vi anuncia algo muito importante para sua família. Não o vejo, mas ouço sua cantoria. Outros pássaros estão em festa: joões-de-barro, tico-ticos, anuns... Por aqui há uma diversidade desses e muito mais. Ontem à tarde, até um carcará deu sinal de vida.

Agora a Nora Ney já se despede do rádio e paro de digitar para preparar um café para minha companheira. Mais tarde volto aqui, esperando que o texto saia de forma mais ou menos palatável.

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Voltei. Agora é noite com céu nublado e uns chuviscos, e não há os bem-te-vis, sanhaços e canários-da-terra que alegravam minha manhã. A noite seria silenciosa, se não fosse uma solitária ave noturna gorjeando na escuridão. Ouço também o rufar dos sapos numa lagoa distante e o chilrear de grilos no quintal. Ao meu lado, a dorminhoca Pituka continua sonhando seus sonhos de menina mimada e protegida, que merecidamente é.

Durante boa parte do dia, queimei os miolos tentando habilitar um novo celular, mas acabei desistindo. Sempre uso o sistema operacional ‘Android”, mas o aparelho novo opera em “iOS”. Não entendo nada desse treco e, depois de tanto sofrer, resolvi dar um tempo. O pior é que fiz uma transferência a meia-boca dos dados de um aparelho para outro e fiquei sem WhatsApp.

Amanhã, com sorte, vou conseguir; sem sorte, recorro a uma sobrinha, a uma amiga... ou à Maria Eugênia, que com seus incompletos três anos de vida já tem mais domínio de tecnologia digital do que este escriba.

Caso ninguém consiga me ajudar, recorro à Pituka.

Socorro, Pituka!

FILPE


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